segunda-feira, 31 de março de 2008

Balanço do mês - Março 2008

março revisto
067. There will be blood (There will be blood, Paul Thomas Anderson, 2007) – 5/5
068. O cheiro do ralo (idem, Heitor Dhalia, 2007) – 4/5
069. As férias de Monsieur Hulot (Les vacances de Monsieur Hulot, Jacques Tati, 1953) – 3,5/5
070. Meu tio (Mon oncle, Jacques Tati, 1958) – 4,5/5
071. Play time (Play time, Jacques Tati, 1967) – 3/5
072. magnólia (magnolia, Paul Thomas Anderson, 1999) – 5/5
073. Uzumaki (Uzumaki, Higuchinsky, 2000) – 3/5
074. Fuckin Amal (Fuckin Amal, Lycas Moodysson, 1998) – 4,5/5
075. Embriagado de amor (Punch-drunk love, Paul Thomas Anderson, 2002) – 5/5
076. Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia (Bring me the head of Alfredo..., Sam Peckinpah, 1974) – 4,5/5
077. Caché (idem, Michael Haneke, 2005) – 5/5
078. Cruz de ferro (Cross of iron, Sam Peckinpah, 1976) – 5/5
079. Scanners – Sua mente pode destruir (Scanners, David Cronenberg, 1981) – 4/5
080. Um corpo que cai (Vertigo, Alfred Hitchcock, 1958) – 4,5/5
081. Depois do vendaval (The quiet man, John Ford, 1952) – 4/5
082. Viagem à lua (Le voyaje dans la lune, George Meliés) – 3/5
083. Pistoleiros do entardecer (Ride the high country, Sam Peckinpah, 1962) – 4,5/5
084. Paprika (idem, Tinto Brass, 1991) – 3,5/5
085. Vampiros de almas (Invasion of the body snatchers, Don Siegel, 1956) – 4,5/5
086. Jogada de risco (Sydney, Paul Thomas Anderson, 1996) – 3,5/5
087. Whisky (idem, Juan Pablo Robella, 2004) – 4,5/5
088. Atirem no pianista (Tirez sur le pianiste, François Truffaut, 1960) – 4/5
089. Antoine et Colette (idem – seguimento de Amor aos vinte, François Truffaut, 1962) – 5/5
090. Acossado (À bout de suffle, Jean-Luc Godard, 1960) – 4/5
091. Uma mulher é uma mulher (Une femme est une femme, Jean-Luc Godard, 1961) – 5/5
092. Pierrot le fou (Pierrot le fou, Jean-Luc Godard, 1965) – 5/5
093. O grande golpe (The killing, Stanley Kubrick, 1956) – 3,5/5
094. A rosa púrpura do Cairo (The purple rose of Cairo, Woody Allen, 1985) – 5/5
095. Manhattan (idem, Woody Allen, 1979) – 4,5/5
096. Prelúdio para matar (Profondo rosso, Dario Argento, 1975) – 5/5
097. Inferno (idem, Dario Argento, 1980) – 3,5/5
098. Violência gratuita (Funny games, Michael Haneke, 1997) – 5/5
099. La terza madre (idem, Dario Argento, 2007) – 4,5/5
100. Meu tio matou um cara (idem, Jorge Furtado, 2005) – 2,5/5
101. Elefante (Elephant, Gus Van Sant, 2003) – 4,5/5
102. Paranoid Park (idem, Gus Van Sant, 2007) – 5/5

103. Gerry (idem, Gus Van Sant, 2002) – 3/5
104. O misterioso assassinato em Manhattan (Manhattan murder mistery, Wood Allen, 1993) – 5/5

terça-feira, 11 de março de 2008

Embriagado de amor

Cor azul: relativa a monotonia e depressão.
Cor vermelha: relativa a paixão, a vida e a agitação.
Cor branca: relativa a paz, calma e ordem.
Cor amarela: relativa a paz.
Cor roxa: relativa a liberdade, tenacidade e audácia.

Número sete: Relativa a pessoa exigente consigo mesma e com o próximo. A pessoa regida por esse número tende a executar suas tarefas impecavelmente, é solitária pois se isola e exige muito tempo para se entregar a qualquer tipo de relacionamento. É auto-crítico, recluso, pobre, introxpectivo, perfeccionista e tem alto controle da mente.

Número quatro: Relativo a pessoas que lidam bem com hierarquia e burocracia, o que as valoriza muito no trabalho. Atividades relacionadas a organização, discriminação, repetição mecânica e grande espírito de sacrifício pelo trabalho estão presentes em pesoas regidas por esse número. Elas são também requisitadas para darem apoio e proteção aos outros.

Pudim: Do inglês pudding, que significa tanto o doce quanto um tipo de rocha conglomerada, que é, por sua vez, várias rochas que eram originalmente separadas, mas se juntaram com o tempo.



Embriagado de amor - Punch-drunk love (Paul Thomas Anderson, 2002)


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A gravata azul


No azul do terno, das salas e do céu, Berry Egan (Adam Sendler) mimetiza a normalidade e esconde a essência de seu ser das pessoas. O azul que é simbológicamente a cor da monotonia e da depressão veste o mundo do personagem revelando para nós, expectadores desse jogo magnificamente otimista do diretor Paul Thomas Anderson, a verdadeira personalidade do sujeito. Mas quando naquela manhã, Berry deixa o cômodo escuro no qual trabalha, as nuvens escarlates no céu já anunciam a chegada da agitação na vida do homem e, sob a forma de um acidente, que é repentino e inesperado, ela finalmente chega. Vestida do vermelho da cor daquelas nuvens, em um carro branco, Lena Leonard aterriza no trágico ambiente em que Berry vive, pincelando-o e, consequentemente, mudando-o para sempre.

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Um orgão abandonado na rua. Uma falha de marketing. Berry Egan no meio, se agarrando com todas as suas forças a essas duas novidades. Ele rouba o piano e coloca-o no centro do seu escritório que é, tragicamente, o centro de sua vida. Até tenta tocá-lo, mas o som ainda é desordenado. Mas da falha matemática de marketing, que é teórica, Berry compreede muito bem. Ele não viaja e nem o quer, mas das milhas aéreas pelo resto da vida ele não parece querer abrir mão. Imersa em seu trabalho, em seu orgão e nas milhas aéreas, a vida de Berry Egan ainda é solitária e, buscando conforto, ele liga para o sex line.

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A gravata vermelha da cor das nuvens


No dia seguinte ao seu primeiro encontro com Lena, Berry começa a estampar na sua vida o amor que, como os interlúdios animados de Embriagado de amor parecem gritar, estava escrito nas estrelas. Em seu apartamento pálido, com proporções Jacquestatianas, o escarlate parece constratar e é nesse momento em que a subtrama agitada de chantagem e suspense aparece. Georgia, a garota do sex line quer dinheiro e Berry pagará caro pelo seu telefonema.

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No dia anterior, Berry decidiu ir ao supermercado aproveitar a falha de marketing da empresa, o que garanteria para ele, milhas aéreas gratuitas pro resto da vida. No mercado, enquanto procura pelo melhor produto, a garota escarlate Lena Leonarda assume a forma de um borrão no fundo da tela, e o borrão, segue, ainda que distante, o compasso dos passos de Berry. O amor obsessivo do (futuro) casal começa a se formar.

No escritório, o orgão, ao centro, encontra-se superficialmente estragado e Berry o concerta e o toca, mas o som ainda é desajustado e, este som desajustado se funde com a trilha do filme quando a irmã de Berry, Rhonda, chega ao trabalho do irmão acompanhada da moça escarlate, Lena, que agora, vestida de roxo, personifica o apego, a perseverança e a audácia. Berry e Lena então, entorpecidos com o orgão, com os pudins, com o crying problem, com os acidentes da empilhadeira e com a trilha, marcam um encontro.

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A gravata roxa


No primeiro encontro, Berry e Lena, de vermelho vivo, estão iluminados, a conversa e as gargalhadas fluem bem, até Lena mencionar as irmãs. A pressão que as sete (eu disse sete) irmãs. A fúria reprimida começa a exalar pelos poros de Berry e ele descarrega sua raiva do banheiro do restaurante. O maître do restaurante expulsa-o então do restaurante e, na rua, o casal se assume e se compreende. A noite, com pinceladas vermelhas e azuis encanta e, dentro do carro, Lena imerge em Berry, sua luz assume todo o veículo, toda paisagem, todo o rosto de Lena e ali o casal tem o seu momento sublime do amor, que nenhuma cena de sexo seria digna de substituir.

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Na mesma noite, quatro cavalheiros loiros sequestraram Berry e exigiram que ele entregasse algum dinheiro. Os quatro cavaleiros são contratados da empresa fajuta de sex line, liderada pelo ogro-rock-star Dean. Com a posse de todas as informações pessoas de Berry, os quatro cavalheiros loiros ameaçam voltar, para aterrorizá-lo e extorqui-lo.

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A gravata vermelho vivo


A intimidade do seu caso com Lena está ficando mais forte, e, pressionado com as ameaças, agressões e stress, Berry decidi ir para o Havai para encontrá-la.

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Interlúdio: a gravata amarela


Amarelo, que é assossiado à paz, colore o peito de Berry que, se liberando da pressão de sua rotina reclusa, prepara-se para as férias não programadas.

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A gravata vermelho vivo - continuação


Pare. Após o intervalo pacífico, o diretor Paul Thomas Anderson entra no filme, não como um personagem humano, mas como algo surreal. Nada pode dar errado nas férias de Berry no Havai porque o diretor assume o comando do tempo-espaço. O dia está claro, Berry telefona para sua irmã Rhonda e, pela primeira vez em um confronto familiar, sai vencedor. O prêmio, o telefone do hotel em que Lena está hospedada. O dia começa a escurecer, mas a cabine telefônica já sobreavisa que aquela viagem é iluminada. No encontro do casal, Lena veste branco, trazendo consigo a calma e a ordem, e a luz, a mesma luz que agora se ergue no céu novamente. Um lanche à beira da praia, pouca conversa, muito sentimento, o dia começa a escurecer novamente e a lamparina vermelha na mesa guia os dois. Para o quarto. E está lá novamente, o dia claro e Berry, sempre tão reprimido, extravazando sua essência pela tela novamente. A "primeira noite" do casal que ironicamente acontece à luz do dia. Mas as coisas ainda não estão totalmente resolvidas...

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A gravata vermelho vivo - o ogro contra o guerreiro e o final


De volta à Los Angeles, o sol se extingue e os quatro cavalheiros loiros dão as caras novamente. Mas desta vez não feriram Berry, mas a Lena. Berry sai do carro e abotoa o terno como quem veste uma armadura se preparando para a batalha. Nocaute para os quatro cavalheiros loiros, hospital para Lena e Berry vai ao telefone e liga para o sex line novamente, e mais uma vez busca conforto, só que dessa vez com sua amada. Com Dean, o surpevisor ao telefone, Berry conversa, argumenta, discute, explode, e Dean explode também e, revoltado, Berry encara o desafio e parte para D and D Mattress Man, em Utah, para encontrar com Dean, o ogro, e colocar um ponto final nessa história.

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Em Utah, o anti-climax. Não há um confronto direto entre Dean, o gro e Berry Egan. Berry, imponente, ocupando novamente a tela em forme de feixes luminosos se abre, diz que possui dentro de si o amor que o fortelece inefavelmente e aconselha que Dean reconheça sua derrota, e ele reconhece.

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Embriagado de amor não é um thriller de suspense, não é um filme de ação. É um conto de romance e o climax ainda estava por vir. Berry volta para o escritório, pega seu orgão e bate a porta de Lena, declara seu amor (à sua maneira, naturalmente) e a beija. Aí está o climax do filme. Berry abraça Lena e Lena abraça Berry e o mundo é só deles, sem Rhonda, sem Dean, sem ninguém. E no trabalho, como não poderia deixar de ser, Berry toca o orgão, que agora não emite sons desconexos e pertubadores, mas uma melodia carinhosa. Enquanto o vermelho e o azul tomam conta da imagem do casal, Lena declara que a história de amor dela e de Berry, começa, na verdade, agora. A embriaguês apaixonada aparece em forma de letras, imagem e som, e here we go.

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Filmes do mês

fevereiro
029. Onde os fracos não têm vez (No country for old men, Joel e Ethan Coen, 2007) – 5/5
030. Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da rua Flett (Sweeney Todd .., Tim Burton, 2007) – 3,5/5
031. Vincent (Vincent, Tim Burton, 1982) – 4,5/5
032. Encurralado (Duel, Steven Spielberg, 1971) – 2,5/5
033. Quarta B (idem, Marcelo Galvão, 2005) – 2,5/5
034. Felicidade (Happiness, Todd Solondz, 1998) – 5/5
035. Ratatouille (Ratatouille, Brad BIRD, 2007) – 4,5/5
036. Homem Aranha 2 (Spider-Man 2, Sam Raimi, 2004) – 3/5
037. Um dia de cão (Dog day afternoon, Sidney Lumet, 1975) – 5/5
038. Paranoid Park (idem, Gus Van Saint, 2007) – 5/5
039. Conduta de risco (Michael Clayton, Tony Gilroy, 2007) - 0,5/5
040. O homem que copiava (idem, Jorge Furtado, 2002) – 4,5/5
041. Redacted (idem, Brian De Palma, 2007) – 4/5
042. A noite americana (La nuit americaine, François Truffaut, 1973) – 4,5/5
043. Barton Fink (idem, Joel e Ethan Coen, 1991) – 4,5/5
044. O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Redford (The assassi..., Andrew Dominik, 2007) – 4/5
045. O homem que matou o Facínora (The man who shot Liberty Valance, John Ford, 1962) – 5/5
046. Cloverfield – Monstro (Cloverfield, Matt Reeves, 2008) – 4,5/5
047. Hotel Chevalier (Hotel Chevalier, Wes Anderson, 2007) – 4,5/5
048. Couch (Couh, Paul Thomas Anderson, 2003) – 4/5
049. Ballchewer (Ballchewer, Paul Thomas Anderson, 2003) – 4,5/5
050. Viagem à Darjeeling (The Darjeeling Limited, Wes Anderson, 2007) – 5/5
051. There will be blood (There will be blood, Paul Thomas Anderson, 2007) – 5/5
052. Paixão dos fortes (My dearling Clementine, John Ford, 1939) – 3,5/5
053. De olhos bem fechados (Eyes wide shut, Stanley Kubrick, 1999) – 4/5
054. Cidadão Kane (Citzen Kane, Orson Welles, 1941) – 4/5
055. No tempo das diligências (Stagecoach, John Ford, 1939) – 4/5
056. O cavaleiro solitário (Pale rider, Clint Eastwood, 1985) – 4/5
057. O escafrando e a borboleta (The diving bell and the butterfly, Julian Schnabel, 2007) – 4/5
058. Lady vingança (Chinjeolhan geumjassi, Chan-Wook Park, 2005) – 4,5/5
059. Suspiria (Suspiria, Dario Argento, 1977) – 5/5
060. Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, Jonathan Dayton e Valerie Faris, 2006) – 5/5
061. A montanha dos sete abutres (Ace in the hole, Billy Wilder, 1951) – 4/5
062. Vênus (Venus, Roger Michell, 2006) – 3/5
063. Medo da verdade (Gone baby gone, Ben Affleck, 2007) – 3,5/5
064. Ensinando a viver (Martian child, Menno Meyjes, 2007) – 1,5/5
065. O homem que amava as mulheres (L’homme qui aimait les femmes, François Truffaut, 1977) – 4,5/5
066. Quanto mais quente melhor (Some like it hot, Billy Wilder, 1959) – 3,5/5

Melhores do mês: There will be blood, Felicidade, Suspiria
Piores do mês: Conduta de risco, o resto magnífico em comparação